martes, 11 de enero de 2022

ESTE MÊS A MINHA CRÓNICA NO LUSITANO DE ZURIQUE FOI SOBRE "AS FESTAS DO POVO", PATRIMÓNIO CULTURAL E IMATERIAL DA HUMANIDADE.



Não tenho deixado as minhas crónicas da 
Revista Lusitano de Zurique
 para onde escrevo, mensalmente, uma crónica chamada:

 "DO NOSSO CANTINHO PARA O VOSSO CANTÃO"

... desde que fui surpreendido para representar como escritor Portugal no 10 de Junho, no mesmo ano em que as celebrações foram em Portalegre. 

Mas esta é uma ocasião especial.



Campo Maior em Festa!

Este dia em que escrevo, 15 de Dezembro de 2021, ficará para sempre na história cultural do nosso cantinho, especialmente na Vila de Campo Maior. Durante toda a semana esteve reunido em Paris o 16º Comité da UNESCO onde a candidatura das Festas do Povo (a festa das flores de papel) que, quando o povo decide, transforma toda a localidade num enorme jardim de ruas engalanadas, figurava com uma Candidatura a Património Cultural e Imaterial da Humanidade.

Hoje, dia 15, a Candidatura foi classificada ao início da tarde.

Não é só o Fado, o Cante Alentejano, a Loiça de Bisalhães, os Chocalhos de Alcáçovas, os Bonecos em barro de Estremoz e os Caretos de Podence, agora temos também as Festas do Povo de Campo Maior.

Pela primeira vez a crónica que tinha escrito para este número desta revista, foi para a gaveta esperando nova oportunidade.

Esta é a notícia, não poderia passar sobre ela e, neste primeiro número de Janeiro de 2022, ela aqui está para o vosso Cantão.

Com orgulho desde que se soube, o povo saiu à rua e foi-se juntando espontaneamente com as suas pandeiretas e com o cantar das suas “saias” no Jardim Municipal. O reconhecimento pela UNESCO destas suas festas deixou cheios de vaidade os Campomaiorenses.

No próximo número apresentarei uma entrevista com o Exmº. Senhor Presidente da Câmara Municipal de Campo Maior. Ele nos contará mais sobre estas festas que se perdem no tempo e a sensação que teve quando viu as mesmas classificadas como Património Cultural e Imaterial da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO). De imediato o contactei para agendar a entrevista a que, obviamente, pelo carinho que tem à sua terra e a todos os imigrantes dela ou fora dela, acedeu.

Portugal ficou mais rico em divulgação e o povo, cujas mãos bordam com as suas mãos, filigrana em papel, sentiu premiada a magia de um trabalho secular.

Parabéns por este 2022 histórico que nos apareceu, com trabalho à porta. Começamos o ano de forma surpreendente.

O novo ano chegou como prenda de Natal 16 dias antes.

No próximo número ficaremos a saber mais, a história das festas, o processo de candidatura, quando se realizarão as próximas e o entranhado destas flores de papel, coração das suas gentes, pela voz do nosso Presidente da Câmara.

Onde vou agora? ... É simples, vou juntar-me ao povo que já faz soar os cantares e a festa pela Vila.

Obviamente, levo a pandeireta!

As últimas Festas do Povo (das flores) foram em 2015, quando o Povo Quis, as próximas são para já, porque mais do que nunca o Povo Quer.

Que a pandemia o não impeça...  Poderão ser só em 2023.

Bom ano para todos.

Iremos encontrar-nos em breve nestas ruas floridas desta localidade em festa, que muitos de vós conheceis, mas que hoje foram dadas a conhecer em todo o mundo.

Também os “Tais” de Timor-Leste, tecidos artesanalmente em pequenos teares improvisados, receberam esta semana a mesma distinção, ou parecida infelizmente: Património Cultural da Humanidade em Necessidade de salvaguarda urgente.

Conhecedor deste povo Timorense que tudo vence, apesar das dificuldades, a começar pela sua Independência da Indonésia, sei que os “Tais” não desaparecerão.

Estou duplamente feliz.

                                                                                                    Aragonez Marques  

 

Nota:

Para o próximo mês, onde será publicada uma entrevista ao Senhor Presidente da Câmara de Campo Maior, virei aqui novamente.

Deixo-vos a capa da Revista de Janeiro, de uma foto tirada sobre uma mesa.

Na próxima peço ajuda ao meu amigo fotógrafo Joaquim Candeias.

Bom Ano.


                

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