jueves, 20 de febrero de 2014

FIQUEI COM O CHAPÉU DO MEU AVÔ


O meu avô José Marques, pintor Portalegrense e eu. 
O chapéu é o mesmo.
 Só o chapéu.
 Como as crianças pequenas que calçam os sapatos da mae, assim me sinto eu, feliz, com o chapéu do Senhor Marques, artista e bom homem, que o digam entre muitas outras obras as colunas e uma janela a imitar mármore do Paço Episcopal, da Diocese de Portalegre e Castelo branco, que pintou já com mais de oitenta anos, depois do Bispo ter rejeitado o trabalho feito por artista estrangeiro que veio e fracassou.
 Foram buscá-lo a casa, já reformado. 
E ele lá foi apesar da idade. 
Quando foi para cobrar, fez contas à hora, como de uma parede se tratasse. 
Conta a lenda familiar, que o Bispo, admirado lhe ofereceu o dobro e ele respondeu, horas são horas, Senhor Bispo, dê o que sobra aos pobrezinhos.
 Caramba, esta família nunca teve jeito para os negócios.



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